
Fonte: Correio Braziliense
Principal articulador da contratação do técnico italiano Carlo Ancelotti, Ednaldo Rodrigues não é mais presidente da Confederação Brasileira de Futebol. Pelo menos essa é a decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) tomada na tarde desta quinta-feira pelo desembargador desembargador Gabriel Zefiro.
Esse desfecho se encaminhava desde a semana passada, quando a denúncia de uma suposta assinatura falsa de Antônio Carlos Nunes de Lima, o coronel Nunes, ex-presidente interino da entidade e vice da CBF, colocou em xeque a validade do acordo homologado pelo Supremo Tribunal Federal dando ligitimidade ao mandato conquistado por Ednaldo Rodrigues em março de 2022. Além de Nunes, assinaram Fernando Sarney, Castellar Neto, Rogério Caboclo, Gustavo Feijó e a Federação Mineira de Futebol e a própria CBF.
Na última segunda-feira, Fernando Sarney apresentou petição de afastamento de Ednaldo Rodrigues e pediu urgência na análise do caso. O despacho do TJRJ diz o seguinte:
“Pelo exposto, determino: 1 – o afastamento da atual diretoria da CBF; 2 – que o Vice-Presidente da CBF, Fernando José Sarney, realize a eleição para os cargos diretivos da CBF, na qualidade de interventor, o mais rápido possível, obedecendo-se os prazos estatutários, ficando a seu cargo, até a posse da diretoria eleita, os poderes inerentes à administração da instituição, dispostos no art.7º do Estatuto da Entidade”.
De acordo com o Estatuto da CBF, quem deve assumir na ausência de Ednaldo Rodrigues é o vice-presidente mais velho. Neste caso, Rubens Lopes, presidente da Federação do Estado do Rio de Janeiro. A intervenção também pode ser atribuída ao presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Otávio Noronha.
O desembargador acrescenta no texto: “A robustez dos indícios trazidos aos autos leva à inarredável conclusão acerca de um fato, até mesmo óbvio: há muito o Coronel Nunes não tem condições de expressar de forma consciente sua vontade. Seus atos são guiados. Não emanam da sua vontade livre e consciente”, escreveu Zefiro na decisão publicada hoje.
Ednaldo Rodrigues está no Paraguai em uma Assembleia da Fifa com a presença do presidente da entidade máxima do futebol, Gianni Infantino. Ele falou sobre o imbróglio em entrevista à imprensa 20 minutos antes de tomar conhecimento do afastamento. “Não, me sinto tranquilo. Quem faz as coisas corretas, não tem o que temer. Respeitar os posicionamentos e acreditar na Justiça”, disse o dirigente na sede da Conmebol, em Luque.
O dirigente defendeu mais uma vez a legitimidade da assinatura do coronel Nunes. “Olha, com certeza, foi o diretor jurídico que tem total autonomia e respaldo. Ele na presença de sua esposa, Dona Rosa, e da sua filha que é advogada, o coronel Nunes assinou com toda convicção”, afirmou.