Para a Abapa o agronegócio brasileiro pode e deve ser protagonista e é a solução na agenda global de descarbonização, mas isso exige cooperação intersetorial, inovação contínua e respeito às diversidades regionais
Com diálogos sobre sustentabilidade corporativa, responsabilidade social e governança no estado, o IV ESG Fórum Bahia reuniu empresários, gestores públicos, pesquisadores, investidores e representantes do terceiro setor, entre os quais a presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), Alessandra Zanotto Costa. Nos últimos dois dias a edição debateu, em Salvador, as estratégias de desenvolvimento sustentável alinhadas aos compromissos globais com o clima e a justiça social.
Na tarde de hoje (4), o destaque da programação foi o painel “Desafios e Soluções para a Descarbonização do Setor Agropecuário”, que atraiu grande atenção ao evidenciar o papel estratégico do agronegócio frente aos desafios das mudanças climáticas e o papel da educação sanitária nesse processo. A presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), Alessandra Zanotto Costa, foi uma das painelistas convidadas e apresentou um panorama técnico e estratégico sobre as ações de mitigação de emissões no setor agrícola baiano.
“O produtor rural brasileiro, especialmente aqui na Bahia, já tem feito sua parte. O uso racional de recursos, o investimento em tecnologia e o respeito às normas ambientais são práticas cada vez mais integradas ao cotidiano do campo. A sociedade precisa entender que o agro é parte da solução e não do problema. Mas ainda temos uma longa jornada pela frente. Descarbonizar o agro exige visão sistêmica e políticas públicas integradas”, afirmou Zanotto.
A presidente da ABAPA ressaltou também que a agricultura moderna não é inimiga do meio ambiente, mas sim uma aliada da sustentabilidade quando orientada por ciência, inovação e compromisso com a preservação. “Na cotonicultura, por exemplo, adotamos o manejo conservacionista, reduzimos o uso de insumos químicos com monitoramento digital das lavouras, e investimos em programas de recuperação de áreas degradadas.
Segundo ela, mais de 80% do algodão baiano tem certificação ABR (Algodão Brasileiro Responsável) e Better Cotton, que exigem práticas alinhadas à mitigação climática.
“E a rastreabilidade da produção permite mostrar ao mundo, com dados, o quanto já avançamos — inclusive nas emissões evitadas. Aliado a isso, temos que observar não só a rigidez da nossa legislação como também as regras do mercado externo”, explicou a presidente.
O painel também contou com o presidente do Sistema Faeb/Senar, Humberto Miranda, e da diretora da Xilolite S/A, Renata Camargo. A discussão girou em torno dos principais gargalos enfrentados pelos produtores para acelerar a transição para uma agropecuária de baixo carbono, como a burocracia para acesso a linhas de financiamento sustentável, a falta de assistência técnica contínua e os desafios na medição e certificação de emissões evitadas ou compensadas.
Para a presidente da Abapa, um dos maiores desafios é a criação de métricas confiáveis e padronizadas que permitam mensurar o impacto real das ações sustentáveis no campo. “Sem indicadores claros, o produtor não tem como demonstrar seu compromisso ambiental. Precisamos de sistemas de rastreabilidade acessíveis, que reconheçam os esforços de quem já faz o certo. É fundamental que o mercado e o governo valorizem essas práticas com incentivos reais”, defendeu.
Alessandra encerrou sua participação reforçando que o agronegócio brasileiro pode e deve ser protagonista na agenda global de descarbonização, mas que “isso exige cooperação intersetorial, inovação contínua e respeito às diversidades regionais.”
O IV ESG Fórum Bahia encerrou sua programação destacando a importância do engajamento de todos os setores da economia na construção de uma Bahia mais verde, justa e resiliente. Para os organizadores, a presença de lideranças como a presidente da Abapa demonstra o compromisso do setor agropecuário em contribuir de forma ativa para a transformação necessária diante da emergência climática global.





Textos de Ivana Ramacioti
04.06.2025
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